Antes dos smartphones, uma equipe de pessoas reais o ajudava a encontrar coisas no Google.

Antes da era dos smartphones, uma equipe de pessoas reais ajudava você a encontrar informações no Google. Essas pessoas trabalhavam incansavelmente para responder às suas perguntas por telefone ou mensagem de texto, fornecendo um toque humano e personalizado em uma época anterior à inteligência artificial. Esta é a história por trás desse exército de pesquisadores que se tornou a própria encarnação do mecanismo de busca.

3 Principais Destaques:

  • Antes dos smartphones, os serviços de busca por telefone e SMS empregavam milhares de pessoas para responder perguntas.
  • Essas pessoas forneciam respostas personalizadas e divertidas, muitas vezes lidando com solicitações inusitadas e até críticas.
  • Com o lançamento do iPhone e a crescente acessibilidade de dados móveis, os serviços de busca humana foram gradualmente substituídos pela capacidade de pesquisar diretamente na web.

A Era Antes dos Smartphones e Dados Móveis

Nos primórdios da internet, antes dos smartphones e planos de dados acessíveis, acessar um site poderia custar tanto quanto um lanche. Naquela época, não era prático pesquisar na web usando um celular. Em vez disso, surgiram vários serviços que ofereciam busca móvel sem a necessidade de internet.

Serviços de Busca por Telefone e SMS

Antes dos smartphones, uma equipe de pessoas reais o ajudava a encontrar coisas no Google.
Source: wired.com

Entre 2007 e 2010, os americanos podiam ligar para o GOOG-411 para encontrar empresas locais. Já entre 2006 e 2016, você podia enviar uma mensagem de texto para 242-242 e obter respostas para qualquer pergunta pela empresa ChaCha. No Reino Unido, as pessoas podiam ligar para 118 118 ou enviar uma mensagem de texto para AQA no 63336 para serviços semelhantes.

Os Bastidores: Pessoas Reais Respondendo às Perguntas

Por trás desses serviços, não havia robôs de inteligência artificial respondendo às perguntas. Em vez disso, milhares de pessoas eram empregadas para serem o próprio Google. Hayley Banfield, uma galesa de 42 anos, atendeu chamadas do 118 118 entre 2004 e 2005. Ela lembra de perguntas aleatórias como “Quantos carros amarelos estão na estrada?”.

Padrões nas Perguntas e Solicitações Inusitadas

Banfield e seus colegas rapidamente perceberam padrões nas perguntas dos clientes. As chamadas de pessoas bêbadas aumentavam após as 23h, enquanto as solicitações de pizza atingiam o pico entre 20h e 22h. Às vezes, os clientes convidavam os atendentes para sair depois de uma conversa agradável. Outras vezes, ficavam irritados se as recomendações não atendessem às suas necessidades.

AQA 63336: Respondendo Perguntas por SMS

Por volta da mesma época, Paul Cockerton cofundou o AQA 63336, um serviço que prometia responder a qualquer pergunta por SMS. Em seu auge, a empresa empregava 1.400 pesquisadores para responder às mensagens de texto, consultando livros, enciclopédias e a web. Cockerton lembra de uma vez em que ajudaram um casal perdido em uma selva na Tailândia a encontrar ajuda.

A Mídia se Encanta e as Perguntas se Tornam Divertidas

Em 2008, o AQA 63336 foi apresentado no programa The Graham Norton Show. Como muitas perguntas eram fundamentalmente bobas, as respostas foram projetadas para entreter. Quando Norton perguntou “Os babuínos são maus?”, a resposta foi: “Sim, babuínos são maus, qualquer um que roube seus limpadores de para-brisa enquanto acena com uma bunda vermelha na sua cara é obra do lado sombrio.”

Lidar com Situações Sérias e Emergências

No entanto, nem todas as lembranças eram engraçadas. Banfield lembra de lidar com pelo menos 20 ligações de pessoas com ideação suicida, e durante os ataques terroristas de 7/7 em Londres, o AQA 63336 recebeu mensagens de pessoas procurando a melhor maneira de voltar para casa.

O Fim da Era dos Serviços de Busca Humana

Com o lançamento do iPhone em 2007 e a crescente acessibilidade de dados móveis, ficou mais fácil e barato pesquisar diretamente na web. Até 2009, Cockerton notou uma rápida queda no número de mensagens de texto recebidas. Em 2010, ele vendeu a empresa AQA 63336 para uma firma australiana, e hoje as mensagens de texto não são mais entregues.

A Perda do Toque Humano nas Buscas

Hoje vivemos em uma era em que os robôs de atendimento ao cliente se passam por humanos, e vice-versa. O que se perdeu desde a era dos mecanismos de busca humana é a alegria de uma voz distinta – embora agora possamos encontrar quase tudo automaticamente, a resposta não será entregue com calidez ou estilo. As lembranças de Banfield e Cockerton mostram como era gratificante ser transportado para o mundo do cliente por meio de uma conversa pessoal.

Conclusão: Antes da onipresença dos smartphones e da inteligência artificial, os serviços de busca por telefone e SMS ofereciam uma experiência humana única. Embora a tecnologia tenha evoluído, há algo a se dizer sobre o charme e a conexão proporcionados por aqueles que um dia foram os verdadeiros motores de busca.

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