Governo dos EUA pode continuar a conversar com as redes sociais.

Em uma decisão de 6-3, a Suprema Corte dos EUA determinou que o governo federal pode continuar se comunicando com empresas de mídia social sobre conteúdo enganoso e prejudicial em suas plataformas, sem violar a Primeira Emenda. Esta decisão põe fim a um processo judicial movido pelos procuradores-gerais de Louisiana e Missouri.

Principais Destaques:

  • A Suprema Corte decidiu que o governo pode continuar a se comunicar com empresas de mídia social sobre conteúdo enganoso e prejudicial.
  • Os procuradores-gerais de Louisiana e Missouri alegaram que agências governamentais pressionaram plataformas a remover conteúdo conservador, violando a Primeira Emenda.
  • A Corte determinou que os autores não apresentaram provas suficientes de que as comunicações resultaram em “censura direta”.

Contexto do Caso

Governo dos EUA pode continuar a conversar com as redes sociais.
Source: wired.com

O caso foi trazido pelos procuradores-gerais de Louisiana e Missouri, que alegaram que agências governamentais exerceram influência indevida sobre as práticas de moderação de conteúdo das plataformas e as coagiram a remover conteúdo de viés conservador, infringindo os direitos da Primeira Emenda de seus cidadãos.

Alegações Contra o Governo Biden

Especificamente, o caso alegou que agências como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura (CISA) coagiram empresas de mídia social a remover conteúdo, incluindo postagens que questionavam o uso de máscaras na prevenção da Covid-19 e a validade das eleições de 2020.

Declarações do Procurador-Geral do Missouri

Em maio de 2022, o procurador-geral do Missouri, Eric Schmitt, alegou que membros da administração Biden “conspirou com empresas de mídia social como Meta, Twitter e YouTube para remover informações verdadeiras relacionadas à teoria do vazamento de laboratório, à eficácia das máscaras, à integridade das eleições e mais”.

Decisão da Suprema Corte

Hoje, a Corte disse que os autores não puderam provar que as comunicações entre a administração Biden e as empresas de mídia social resultaram em “danos diretos de censura”. Na opinião majoritária de Murthy v. Missouri, a juíza Amy Coney Barrett escreveu que “as evidências indicam que as plataformas tinham incentivos independentes para moderar o conteúdo e muitas vezes exerciam seu próprio julgamento”.

Importância da Comunicação Governo-Plataformas

Kate Ruane, diretora do projeto de livre expressão no Centro para Democracia e Tecnologia, diz que existem razões muito válidas pelas quais agências governamentais precisam se comunicar com plataformas. “A comunicação entre o governo, as plataformas de mídia social e as entidades governamentais é fundamental para fornecer informações que as empresas de mídia social podem usar para garantir que os usuários tenham informações autorizadas sobre onde devem votar, o que fazer em uma emergência, e tudo mais”, explica ela.

Decisão Anterior da Suprema Corte

David Greene, diretor de liberdades civis da Fundação Fronteira Eletrônica, diz que a decisão anterior do ciclo da Corte no caso National Rifle Association v. Vullo provavelmente foi um indicador de como ela abordaria a decisão Murthy. No caso Vullo, a Corte decidiu por 9-0 que a NRA apresentou evidências suficientes para que um caso contra Vullo pudesse prosseguir.

Impacto da Decisão

Greene diz que, sem diretrizes claras, órgãos governamentais estaduais, locais e federais – de todas as tendências políticas – poderão se sentir mais livres para entrar em contato com as plataformas agora. “Veremos muito mais desse tipo de envolvimento do governo nesses processos”, afirma.

Considerações Finais

Embora a decisão da Suprema Corte tenha posto fim a este caso específico, ela deixa em aberto questões importantes sobre os limites da comunicação entre o governo e as empresas de mídia social. À medida que essas plataformas continuam a desempenhar um papel cada vez mais central em nossas vidas, encontrar o equilíbrio certo entre liberdade de expressão e moderação de conteúdo prejudicial continuará sendo um desafio complexo e em evolução.

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