As Empresas de Suplementos Estão Conquistando a Onda do Ozempic

A indústria de suplementos está se aproveitando da popularidade dos medicamentos à base de GLP-1, como o Ozempic. Mesmo sem poder vender o medicamento, as empresas estão criando toda uma estratégia de negócios em torno dessa demanda. Alguns suplementos são vendidos como complementares aos remédios, enquanto outros se posicionam como alternativas naturais. Essa movimentação já está gerando lucros significativos para as marcas, mas nem todos os especialistas acreditam que esses produtos sejam tão eficazes quanto os medicamentos de prescrição.

Chave 1: Suplementos Complementares aos Medicamentos

Uma das estratégias das empresas de suplementos é oferecer produtos que complementem o uso de medicamentos à base de GLP-1, como o Ozempic. Grandes varejistas, como a Vitamin Shoppe e a GNC, agora têm seções dedicadas a esses suplementos, prometendo ajudar a lidar com os efeitos colaterais dos remédios e suprir possíveis deficiências nutricionais. A Nestlé, gigante de alimentos e suplementos, também lançou um website vendendo suplementos para “complementar a jornada” dos usuários de GLP-1. Essas empresas argumentam que os suplementos podem ajudar a manter os pacientes confortáveis ​​durante o tratamento com os medicamentos.

Chave 2: Alternativas Naturais aos Medicamentos

Outra categoria de suplementos que está se aproveitando da popularidade dos remédios à base de GLP-1 é a dos produtos posicionados como alternativas naturais. Marcas como Supergut e Pendulum afirmam que seus suplementos podem “estimular naturalmente” a produção de GLP-1, o hormônio que os medicamentos buscam imitar. Outras linhas, como a Codeage, oferecem blends com ingredientes supostamente capazes de apoiar a saúde metabólica. Essas empresas reconhecem que seus produtos não são tão eficazes quanto os medicamentos, mas acreditam que oferecem benefícios menores para aqueles que não querem ou não se qualificam para os remédios de prescrição.

Chave 3: Regulamentação e Evidências Limitadas

Especialistas questionam se esses suplementos realmente valem a pena, uma vez que a regulamentação do setor é muito mais branda do que a exigida para os medicamentos. Ao contrário dos remédios, que precisam da aprovação da FDA antes de chegarem ao mercado, os suplementos não precisam passar por testes pré-comercialização. Além disso, a maioria das empresas admite que as evidências sobre os benefícios de seus produtos são limitadas.

Crescimento Acelerado

Apesar das dúvidas, as empresas de suplementos já estão vendo seus lucros aumentarem significativamente com o interesse nos produtos relacionados ao GLP-1. A Vitamin Shoppe, por exemplo, reportou um aumento de quase 40% nas vendas da categoria “controle de açúcar” em 2023, com a venda de berberina subindo 50%. A Supergut também afirma que suas vendas em 2024 foram três a quatro vezes maiores do que em anos anteriores.

Cautela Necessária

Alguns especialistas expressam preocupação de que esses suplementos possam prejudicar os avanços na pesquisa sobre doenças metabólicas. Eles alertam que as alegações duvidosas de certos produtos podem minar a confiança do público na eficácia dos medicamentos realmente comprovados. Ainda assim, com a demanda por soluções de perda de peso em alta, a indústria de suplementos provavelmente continuará buscando se aproveitar dessa onda.

Conclusão

A indústria de suplementos está claramente aproveitando a popularidade dos medicamentos à base de GLP-1, como o Ozempic. Embora algumas empresas ofereçam produtos complementares aos remédios, outras apostam em supostas alternativas naturais. No entanto, a falta de regulamentação e evidências sólidas sobre a eficácia desses suplementos gera preocupações entre os especialistas. Enquanto a demanda por soluções de perda de peso continuar aquecida, é provável que a indústria de suplementos mantenha seu apetite por esses produtos relacionados ao GLP-1.