Como Empresas Usam Recursos Inesperados para Dominar Seus Aplicativos.

Por que a Samsung assumiu o controle do meu aplicativo bancário? Dentro do dilema da ‘esmagadura’ do Android

Um breve resumo: O artigo discute o problema da “esmagadura” no sistema operacional Android, onde aplicativos podem ser atualizados inesperadamente por diferentes lojas de aplicativos, causando confusão e preocupação entre os usuários. Isso está no centro de uma disputa legal entre a Google e a Epic Games, e pode se agravar com uma decisão judicial esperada em breve.

Principais destaques:

– O “problema da esmagadura” no Android ocorre quando aplicativos são atualizados por lojas de aplicativos inesperadas, como a Galaxy Store da Samsung, em vez da Play Store da Google.
– Isso pode causar problemas como perda de compras e assinaturas dentro dos aplicativos, além de aumentar a instabilidade e o risco de falhas.
– A disputa legal entre a Google e a Epic Games sobre o monopólio da Play Store pode levar a mudanças que permitam mais lojas de aplicativos no Android, o que pode agravar ainda mais o problema da esmagadura.

O susto com o aplicativo do Banco da América

Como Empresas Usam Recursos Inesperados para Dominar Seus Aplicativos.
Source: wired.com

O autor deste artigo experimentou em primeira mão o problema da esmagadura quando recebeu uma notificação em seu smartphone Samsung Galaxy S23 com o Android 13 sobre atualizações disponíveis na Galaxy Store. Ao verificar, ele notou que o aplicativo do Banco da América estava na lista de atualizações, o que o deixou preocupado. Ele não conseguia se lembrar de ter visto algo assim antes e logo descobriu que não era o único a passar por essa situação.

Usuários do Android há anos expressam medo e confusão em fóruns online sobre aplicativos sendo atualizados por lojas inesperadas. Esse fenômeno é conhecido internamente pela Google como “esmagadura”, e está no centro de uma disputa legal entre a empresa e a Epic Games.

A disputa legal e o problema da “esmagadura”

A batalha legal entre a Google e a Epic Games, que levou a um júri federal em São Francisco a declarar o monopólio ilegal da Play Store, começou com a Epic enfrentando obstáculos ao tentar distribuir seu jogo Fortnite sem ter que compartilhar o que considerava uma quantia injusta de vendas com a Google.

Quase todas as lojas de aplicativos, incluindo a desenvolvida pela própria Epic, querem uma fatia maior das compras dentro dos aplicativos e um melhor entendimento da atividade dos usuários. Quanto mais os usuários interagem com uma loja de aplicativos, maior a chance dela aumentar sua renda e insights.

No entanto, a Google argumenta que mexer nos limites bem estabelecidos da indústria Android pode deixar os usuários em pior situação. Por exemplo, a “esmagadura” pode fazer com que os aplicativos quebrem, e a possibilidade de mais falhas é apenas um dos possíveis inconvenientes levantados pela empresa.

Os riscos e desafios da “esmagadura”

Embora a atualização de aplicativos entre diferentes lojas tenha benefícios, como permitir que os usuários mantenham seus aplicativos atualizados mais rapidamente, existem também riscos. Uma loja de aplicativos com segurança fraca poderia ser explorada para enviar uma atualização maliciosa, e ter mais lojas no dispositivo aumenta a chance de uma delas estar comprometida.

Além disso, os usuários podem enfrentar problemas como atualizações de outras lojas que não funcionam corretamente, perdendo recursos de assinaturas ou métodos de pagamento únicos de determinadas lojas. Isso pode levar a aplicativos travando ou perdendo compras e assinaturas anteriores.

As soluções propostas e o papel do juiz

Para tentar resolver esse problema, a Google lançou recursos no Android 14 que permitem que as lojas de aplicativos se declarem como a fonte exclusiva de atualizações para determinados apps. No entanto, a adoção ainda é limitada, com apenas cerca de um quarto dos dispositivos Android rodando essa versão.

A Epic quer que o juiz obrigue a Google a permitir que os usuários mudem facilmente a fonte de atualizações de todos os seus aplicativos para uma loja alternativa. Já a Google argumenta que isso poderia levar a usuários perdendo atualizações importantes.

Cabe ao juiz encontrar um equilíbrio entre dar mais controle aos usuários sem criar uma nova série de frustrações. Suas decisões sobre o prazo e a duração das mudanças propostas serão cruciais para tentar resolver o problema da “esmagadura” no Android.

Conclusão: Protegendo os usuários

O dilema da “esmagadura” no Android demonstra os desafios de equilibrar a liberdade e o controle dos usuários em um ecossistema de múltiplas lojas de aplicativos. Enquanto a disputa legal segue seu curso, é essencial que os usuários sejam melhor informados sobre os riscos e tenham mais controle sobre as atualizações de seus aplicativos.

Apenas com soluções que priorizam a experiência e a segurança dos usuários, o Android poderá evitar que mais pessoas passem pelo susto vivido pelo autor deste artigo com seu aplicativo bancário.

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