Líder de Seita Acusada de Planejar Assassinatos Revelado.

Um dos mais procurados líderes de um grupo neonazista, conhecido como “Maniac Murder Cult” (MMC), foi indiciado em uma denúncia federal por conspirar para cometer ataques violentos contra judeus, moradores de rua e outras minorias em Nova York. O homem, de apenas 20 anos, é acusado de distribuir instruções para fabricar explosivos e fazer ameaças de violência em conversas online com um agente secreto do FBI.

Principais Destaques:

  • Michail Chkhikvishvili, conhecido como “Commander Butcher”, foi preso na Moldávia e aguarda extradição para os Estados Unidos, onde pode pegar décadas de prisão se condenado.
  • O grupo MMC, fundado na Ucrânia, é descrito como uma organização neonazista que prega a “ideologia aceleracionista” e comete ataques violentos contra minorias e a comunidade judaica.
  • Chkhikvishvili teria planejado um ataque envenenando crianças judias vestido como Papai Noel no Ano Novo de 2023.

Ascensão de um “Comandante Açougueiro”

Michail Chkhikvishvili, de 20 anos, natural da Geórgia, é acusado de liderar o grupo neonazista Maniac Murder Cult (MMC), que teria cometido vários assassinatos e agressões na Rússia e na Ucrânia. Ele foi preso em julho de 2023 em Chișinău, na Moldávia, a pedido da Interpol, depois de ser acusado de conspirar para incitar ataques contra judeus, moradores de rua e outras minorias em Nova York.

De acordo com os promotores federais, Chkhikvishvili, conhecido pelos apelidos de “Commander Butcher”, “Michael” e “Mishka”, teria tentado recrutar um agente secreto do FBI para participar de ataques usando armas brancas ou coquetéis molotov. Ele teria ainda se vangloriado de que o plano seria “uma ação maior que a de Breivik”, em referência ao atentado do neonazista norueguês Anders Breivik, que matou 77 pessoas em 2011.

Uma Rede de Ódio Interconectada

Líder de Seita Acusada de Planejar Assassinatos Revelado.
Source: wired.com

As autoridades afirmam que o MMC adere a uma “ideologia aceleracionista neonazista” e promove atos de violência e terrorismo contra minorias raciais, a comunidade judaica e outros grupos que considera “indesejáveis”. Assim como outros grupos militantes aceleracionistas, como a Atomwaffen Division e The Base, o MMC busca desestabilizar a sociedade por meio da violência.

O grupo foi fundado na cidade ucraniana de Dnipro por Yegor Krasnov e é acusado de vários homicídios e agressões na Rússia e na Ucrânia. Em seus canais no Telegram, membros do MMC exaltavam a violência presencial e distribuíam guias sobre como cometer ataques violentos e encobrir seus rastros. A prática de atos de violência e seu registro é um critério de admissão no grupo.

Conexões Transnacionais do Grupo

Segundo as investigações, há vínculos extensos entre o MMC e a rede de pedofilia conhecida como 764. Essa aliança teria sido desenvolvida pelo próprio Chkhikvishvili, principalmente por meio do contato com dois membros da 764 conhecidos pelos apelidos de “Xor” e “Kush”.

Outro membro do MMC, o alemão “Tobbz”, que matou uma idosa e esfaqueou um homem em 2022, também fazia parte da rede 764, de acordo com reportagens da revista Der Spiegel e do site Recorder.

Presença nos Estados Unidos

As autoridades afirmam que Chkhikvishvili esteve nos Estados Unidos em 2022, visitando sua namorada na Califórnia e depois passando alguns meses em Brooklyn, onde trabalhou em um centro de reabilitação cuidando de um paciente judeu ortodoxo idoso. Segundo a denúncia, ele teria enviado fotos do paciente a outros extremistas, afirmando estar “sendo pago para torturar um judeu moribundo”.

Apesar de seu paradeiro nos EUA, as autoridades federais listam sua residência atual como sendo Tbilisi, na Geórgia, embora ele tenha sido preso na Moldávia, do outro lado do Mar Negro.

Acusações e Futuro Julgamento

Chkhikvishvili enfrenta uma acusação federal repleta de crimes graves, incluindo a suposta conspiração para solicitar ataques a pessoas, distribuir instruções para fabricar explosivos e fazer ameaças de violência. Ele permanece preso na Moldávia e ainda não foi extraditado para os Estados Unidos.

Caso seja condenado, Chkhikvishvili pode pegar dezenas de anos de prisão em um presídio americano. Seu caso é parte de uma série de investigações relacionadas ao grupo MMC e à rede de pedofilia 764, que também resultaram em outras acusações federais.

Conclusão

O indiciamento de Michail Chkhikvishvili, o autoproclamado líder do grupo neonazista Maniac Murder Cult, representa um importante avanço no combate a organizações extremistas que pregam a violência e o ódio. Sua prisão e possível extradição para os Estados Unidos enviam uma mensagem clara de que as autoridades não tolerarão tais atividades criminosas, independentemente de fronteiras. Esse caso serve como um alerta sobre a necessidade de vigilância constante e ação coordenada para desmantelar redes de ódio e extremismo que ameaçam a segurança e a coesão social em âmbito global.

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