Meta’s Modelo de Privacidade Paga é Ilegal, Revelação da UE.

Meta é acusada pela UE de modelo de “pagar ou consentir” como ilegal

A Comissão Europeia deu um duro golpe na estratégia da Meta (antiga Facebook) de oferecer aos usuários europeus a opção de pagar para evitar a coleta de dados para fins publicitários. O órgão afirmou que esse modelo de “pagar ou consentir” é ilegal sob o novo Ato de Mercados Digitais (DMA) da UE.

Uma alternativa que não convence a Comissão

Há cerca de oito meses, a Meta lançou essa opção de assinatura paga para usuários na Europa desconfortáveis com a forma como a empresa rastreia seus dados para publicidade personalizada. Por até €12,99 (cerca de R$ 70) por mês, os europeus podiam optar por manter sua privacidade. No entanto, a Comissão Europeia rejeitou essa solução da Meta, argumentando que ela viola as regras do DMA.

O que diz a Comissão Europeia

Meta's Modelo de Privacidade Paga é Ilegal, Revelação da UE.
Source: wired.com

“Nossa visão preliminar é de que o modelo de negócios de ‘Pague ou Consinta’ da Meta está em desacordo com o DMA”, afirmou Thierry Breton, comissário do Mercado Interno da UE, em comunicado. Segundo ele, o DMA tem o objetivo de devolver aos usuários o poder de decidir como seus dados são usados e garantir que empresas inovadoras possam competir em pé de igualdade com os gigantes da tecnologia no acesso a dados.

A posição da Meta

A Meta contestou a acusação de que seu modelo de assinatura viola as regras. “A assinatura sem anúncios segue a direção da mais alta corte da Europa e está de acordo com o DMA”, disse o porta-voz da empresa, Matt Pollard, à WIRED. “Esperamos um diálogo mais construtivo com a Comissão Europeia para encerrar essa investigação.”

A preocupação da Comissão

De acordo com a Comissão, a preocupação não é que a empresa cobre por um serviço sem anúncios, mas sim que não haja uma terceira opção, com anúncios menos direcionados. “O consumidor precisa estar em posição de escolher uma versão alternativa do serviço que se baseie na não personalização dos anúncios”, explicaram os funcionários da Comissão em uma entrevista coletiva.

Consequências para a Meta

Sob o DMA, plataformas digitais muito grandes devem solicitar o consentimento dos usuários se quiserem compartilhar seus dados pessoais com outras partes de seus negócios. A Comissão Europeia disse estar particularmente preocupada com a vantagem competitiva que a Meta recebe ao poder combinar dados de plataformas como o Instagram com seu negócio de publicidade.

Próximos passos

A Meta tem a chance de responder às acusações feitas na segunda-feira. No entanto, se a empresa não chegar a um acordo com os reguladores antes de março de 2025, a Comissão tem o poder de aplicar multas de até 10% do faturamento global da companhia.

Um cenário de reprimendas à Big Tech

Na última semana, a UE emitiu uma série de repreensões a gigantes da tecnologia dos EUA. A Comissão alertou a Apple de que sua App Store está em violação das regras da UE por impedir que desenvolvedores de aplicativos ofereçam promoções diretamente a seus usuários. Ela também acusou a Microsoft de abusar de sua posição dominante no mercado de software de escritório, após uma reclamação do rival Slack.

Conclusão

A decisão da Comissão Europeia de considerar ilegal o modelo de “pagar ou consentir” da Meta é mais um capítulo da batalha da UE contra os abusos cometidos pelos gigantes da tecnologia. Ao exigir que a empresa ofereça uma terceira opção com anúncios menos personalizados, a Comissão busca devolver aos usuários o controle sobre seus dados e fomentar uma concorrência mais saudável no setor digital. Essa medida faz parte de um cenário mais amplo de reprimendas da UE a gigantes da Big Tech, reforçando seu compromisso em moldar um mercado digital mais justo e transparente.

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