Microsoft enfrenta controvérsia com seu novo recurso de IA chamado “Recall”, projetado para tirar capturas de tela de tudo o que o usuário faz em seu laptop. Enquanto a empresa diz que os instantâneos são criptografados e armazenados localmente, autoridades de privacidade do Reino Unido expressaram preocupações sobre a natureza potencialmente invasiva do recurso.
3 Pontos-Chave
- O “Recall” usa IA para criar uma “memória fotográfica” da atividade do usuário no laptop, tirando constantemente capturas de tela.
- Autoridades de privacidade do Reino Unido estão investigando o recurso, citando preocupações com a invasão de privacidade.
- Microsoft afirma que os instantâneos são criptografados, armazenados localmente e os usuários podem pausar a coleta ou excluir capturas.
Microsoft lança recurso controverso de IA que grava atividades no laptop
A gigante da tecnologia Microsoft vem enfrentando críticas sobre seu mais novo recurso de inteligência artificial (IA) chamado “Recall”. Esse recurso tem a capacidade de tirar capturas de tela de praticamente tudo o que o usuário faz em seu laptop, desde assistir vídeos a navegar na internet.
O Que é o Recall e Como Funciona
Segundo Satya Nadella, CEO da Microsoft, o “Recall” usa IA para “recriar momentos do passado” criando uma espécie de “memória fotográfica” da atividade do usuário em seu computador. Em outras palavras, o recurso tira continuamente capturas de tela enquanto o usuário usa aplicativos, assiste vídeos ou navega na internet.
“Podemos recriar momentos do passado essencialmente”, disse Nadella ao Wall Street Journal.
Preocupações com a Privacidade
Mal anunciado, o recurso “Recall” já está causando polêmica e atraindo o olhar atento de autoridades de privacidade. O escritório do Comissário de Informações (ICO), um órgão de fiscalização de dados do Reino Unido, disse à BBC que está entrando em contato com a Microsoft para obter mais detalhes sobre o recurso.
Um porta-voz do ICO afirmou que as empresas “devem avaliar rigorosamente e mitigar os riscos aos direitos e liberdades das pessoas” antes de lançar novos produtos, especialmente aqueles potencialmente invasivos.
Reação do Público e da Indústria
O anúncio do “Recall” pela Microsoft foi recebido com preocupação instantânea por parte de defensores da privacidade e consumidores. Até mesmo o CEO da Tesla e fundador da xAI, Elon Musk, expressou preocupação com o recurso.
“A Microsoft está se metendo em um terreno perigoso com o ‘Recall’ que efetivamente grava todas as atividades do usuário”, escreveu Musk no Twitter.
A Resposta da Microsoft
Medidas de Segurança e Privacidade
Em resposta às críticas, a Microsoft afirmou que os instantâneos do “Recall” são armazenados localmente nos PCs, criptografados e só podem ser acessados pela pessoa cujo perfil foi usado para fazer login no computador.
A empresa também disse que os usuários poderão filtrar aplicativos ou sites específicos para não serem verificados, pausar a coleta de instantâneos e excluir algumas ou todas as capturas armazenadas em seu dispositivo.
Políticas de Privacidade em Desenvolvimento
“Sabemos que a privacidade é importante”, disse a Microsoft em um post no blog na segunda-feira. “Os PCs Copilot+ também são projetados para que mesmo a IA em execução em seu dispositivo não possa acessar seu conteúdo privado.”
A empresa acrescentou que novos recursos estão sendo desenvolvidos para permitir que administradores de TI desabilitem o “Recall” de salvar quaisquer instantâneos e filtrar aplicativos e sites específicos.
Conclusão
Embora a Microsoft tenha tentado acalmar os temores sobre o recurso “Recall”, as preocupações com a privacidade e a vigilância continuam sendo um ponto controverso. À medida que a IA se torna cada vez mais onipresente em nossa vida cotidiana, é crucial que as empresas de tecnologia mantenham um equilíbrio entre inovação e proteção dos direitos dos usuários.
O escrutínio das autoridades de privacidade do Reino Unido sobre o “Recall” serve como um lembrete de que a adoção de novas tecnologias, por mais úteis que sejam, não pode vir à custa da privacidade e da liberdade individuais.