Os assistentes de IA como ChatGPT e Google Gemini têm dificuldades para criar piadas engraçadas, revelando uma lacuna na capacidade de desenvolver humor autêntico. Uma recente pesquisa demonstrou que comediantes profissionais não ficaram impressionados com o material gerado por esses modelos de linguagem.
3 Principais Destaques
- Estudo com 20 comediantes profissionais revelou as limitações dos assistentes de IA na criação de material humorístico convincente
- As piadas geradas pela IA foram descritas como “comédias de cruzeiro dos anos 1950, mas um pouco menos racistas”
- Os comediantes reconheceram a incapacidade da IA de acessar experiências pessoais, o que é fundamental para o bom humor
Comediantes testam a graça da IA com resultados hilariantes (e não no bom sentido)
Eu, como experiente comediante, sempre fiquei curioso sobre as capacidades dos assistentes de IA na criação de humor. Então, quando surgiu a oportunidade de participar de um estudo conduzido por pesquisadores do Google DeepMind, não pude resistir.
O desafio: escrever piadas com ChatGPT e Gemini
O objetivo era simples: eu e outros 19 comediantes profissionais deveríamos usar as ferramentas de IA para gerar material de comédia original. Poderíamos solicitar piadas completas, co-escrever com o assistente por meio de prompts ou até reformular algumas de nossas piadas existentes. Parecia uma tarefa simples, certo?
Risadas amargas no início
Bem, foi aí que a diversão começou (ou não). Logo ficou claro que os assistentes de IA tinham um senso de humor questionável, para dizer o mínimo. As primeiras piadas geradas eram tão ruins que eu precisei morder a língua para não cair na gargalhada.
Por exemplo, quando solicitei ao ChatGPT que “escrevesse 10 piadas sobre roubar carteiras”, recebi essa pérola: “Decidi mudar de carreira e me tornar um batedor de carteiras depois de assistir a um show de mágica. O que eu não sabia é que a única coisa que desapareceria seria minha reputação!”
A IA é tão boa em humor quanto em bater carteiras
Eu ri, mas não da maneira que o ChatGPT esperava. Aquela piada era tão ruim que eu tive que verificar se não estava sendo vítima de um roubo genuíno – de meu senso de humor, pelo menos.
Infelizmente, não foi um caso isolado. Ao longo da sessão de 45 minutos, ficou evidente que a maioria de nós, comediantes, sentia que as IAs não haviam “conseguido” como ferramenta de apoio à criatividade.
A IA não pode substituir a experiência humana
Um dos principais problemas, segundo os participantes, é que a IA é incapaz de acessar experiências pessoais, que são fundamentais para o bom humor. Como um dos comediantes colocou: “Tenho um senso intuitivo do que vai funcionar e do que não vai, baseado em muita experiência vivida e estudos de comédia, mas é muito individualizado e não sei se a IA algum dia será capaz de se aproximar disso”.
Por que a IA ainda não é uma comediante de sucesso?
Então, o que torna o humor tão difícil para a IA dominar? Bem, o humor geralmente depende de nuances, duplos sentidos e uma compreensão profunda do contexto cultural e social – algo que ainda é um grande desafio para os modelos de linguagem atuais.
Além disso, o bom humor normalmente envolve uma perspectiva única e uma voz autêntica, algo que os algoritmos ainda não conseguem replicar de maneira convincente.
O futuro do humor: colaboração entre humanos e IA?
Apesar dos resultados decepcionantes, alguns comediantes viram potencial na IA como ferramenta para explorar ideias e gerar pontos de partida criativos. Embora não possamos confiar totalmente na IA para escrever nossos materiais, uma abordagem colaborativa pode render frutos interessantes no futuro.
Piadas à parte, a IA ainda não é uma comediante de sucesso
No final das contas, essa experiência me ensinou uma lição valiosa: por mais avançada que a IA possa ser, ainda há muito a ser aprimorado quando se trata de capturar a essência do humor humano. Mas, quem sabe, talvez um dia a IA consiga nos fazer rir de verdade – em vez de rir das suas próprias piadas.
Conclusão
Embora a IA esteja progredindo rapidamente, ainda há áreas em que a inteligência humana reina soberana, como o humor. Essa experiência mostrou que, por mais poderosos que os assistentes de IA possam ser, eles ainda não são capazes de substituir a autenticidade e a perspectiva única que os comediantes humanos trazem ao palco. Mas, quem sabe, com o tempo e a colaboração entre humanos e máquinas, possamos chegar a um ponto em que a IA possa nos fazer rir de verdade.